segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

ASAE actua na Aldeia

Soube este Natal que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) esteve na nossa Aldeia e obrigou os proprietários de todos os cafés a proceder a várias obras de remodelação nos seus estabelecimentos comerciais. Quem não o pretenda fazer terá de fechar portas até final do dia de hoje.
Não pondo em causa a autoridade da ASAE e a justeza ou não das suas decisões, a verdade é que o encerramento de todos os cafés, que parece que é o que vai suceder, irá ser mais uma forte machadada na vida da nossa freguesia. Numa aldeia onde já há poucos atractivos para os mais jovens, o  fecho dos cafés será mais um estímulo à partida de todos os que vivem na nossa aldeia por falta de condições para levar uma vida com um minímo de condições possíveis: não só com condições de vida, mas também de divertimento, o que ajuda sempre a manter alguma sanidade mental.
 
Perante tudo isto, apenas me resta deixar uma questão no ar: não se estará a contribuir para a morte da nossa Aldeia e para a sua desertificação total?

22 comentários:

PMR_1332 disse...

Tínhamos peças em barro (segundo consta romanas) mas foram todas enterradas, porque não se deram ao trabalho de "apanhar" algumas, ou até mesmo todas, como fez Proença a Velha. Depois de muitas outras coisas, veio o multibanco. Queriam mete-lo cá, mas a Junta (segundo o que sei) não aceitou, ou seja, para fazer coisas simples relacionadas com o multibanco tem de se ir a S. Miguel D'Acha.
Agora vem esta situação dos cafés, se fecharem todos, as pessoas que procuram algum convívio têm de ir para outras terras, o que faz de ASM uma Albergaria, que vai servir apenas para dormir (não há trabalho, não há cafés,...)...
O que fazer? Nada? Pois pelos vistos ASM, daqui a algumas gerações, vai ficar "deserta".....




Abraço!

Helder Robalo disse...

Ora nem mais David. Esse era precisamente o ponto que eu pretendia tocar. Aldeia está cada vez mais deserta e todo e qualquer elemento que pudesse ajudar a prender alguns jovens na terra está a desaparecer. Tudo bem que não somos uma aldeia como São Miguel, ali à face da estrada. Mas, se calhar, sempre se podia tentar fazer um pouco mais em algumas coisas.
Um abraço.

Anónimo disse...

Encerramento dos cafés...o "Ti Manel" já se rendeu...fechou portas no passado dia 31 Dezembro!
É realmente uma pena...pois a nossa aldeia fica cada vez mais "apagadita"!
Para além das atracções naturais, os incentivos são cada vez menores! Adoro a nossa aldeia...mas como diz o David...serve apenas para dormir e descansar...pois para ganhar a vida tem de se investir fora!
Um abraço.

Helder Robalo disse...

Infelizmente Lena, isso apenas vai servir para a aldeia ficar cada vez mais deserta...
Um abraço e bom ano!

Anónimo disse...

Eu só gostaria de saber se a ASAE fiscaliza também a sua própria associação. Talvez não, porque assim a ASAE teria que fechar-se a si própria. Tanta coisa para se fazer neste País e estes pegam por tudo e por nada. No entanto o sr. presidente responsável desta entidade é o primeiro a desobedecer a lei de proibição contra o fumo em recintos fechados. A vida está boa é para estes que vão gastar e passar o fim de ano nos Casinos, enquanto depois exploram aqueles que querem fazer pela vida. Ainda há quem diga mal do tempo da "outra senhora".
Francisco - Lisboa

Anónimo disse...

Gostaria de pedir ao Sr. David para não fazer afirmações sem certezas, pois é muito chato afirmarmos aquilo que não sabemos, nem sempre sabemos tudo, refiro-me ao multibanco e até aos nossos antepassados, teria sido realmente assim? Foi quem não se deu ao trabalho de as apanhar que contou?
Ou são mais uma vez aqueles que nada fazem a criticar? Preocupem-se com a desertificação talvez todos possamos fazer um pouco por ela, porque não termos a coragem de ficar? porque não se estamos fora incentivarmos os nossos filhos a gostar desta aldeia, a visita-la, trazer amigos, em vez de dizermos que não tem ninguém mem nada e fugirmos.

Helder Robalo disse...

Caro anónimo das 14:04,
Creio que o David fala daquilo que se conta na Aldeia. Eu também já ouvi dizer que há quem tenha algumas peças em casa. Não sei se é verdade (e por isso até hoje nunca o tinha aqui escrito) nem com que intuito. É património da nossa aldeia.
De qualquer forma, parece-me que sabe mais do que aquilo que aqui afirma. E, tenho a certeza, todos nós gostaríamos de conhecer um pouco mais da história e património da nossa aldeia.
De qualquer forma, perdoe-me que lhe diga, é pouco simpático da sua parte acusar o David de estar a fazer "afirmações sem certezas" e, simultaneamente, esconder-se no anonimato. Confesso que me deixa um pouco desgostoso. Até porque, se não quiser dar a cara para contar aqui o que sabe, pode sempre utilizar o nosso e-mail, contando a história, que poderá ser aqui publicada, sem qualquer referência ao seu nome.
Como sempre aqui foi feito, quando erramos e somos alertados para o erro, com explicações minimamente fundamentadas, obviamente, rapidamente assumimos o erro e procuramos repor a verdade. Já foi assim no passado e continuará a ser assim no futuro.
Por fim, e porque como principal responsável deste espaço, me sinto também visado numa crítica que faz... Preocupo-me com a desertificação e com o futuro da aldeia onde os meus pais nasceram, cresceram, casaram e onde eu próprio fui baptizado. Infelizmente, pouco posso fazer para ajudar a inverter o rumo que a nossa aldeia está a tomar: a desertificação. Escolhi, por isso, uma forma que me é acessível e que pode chegar a todos os pontos do mundo: a criação deste blogue, em 2005. Não é muito? Talvez não. Mas, perdoe a falta de modéstia porque ela é fundamentada, sei que tem ajudado a fazer chegar um pouco da nossa história, das nossas tradições, do nosso património, das notícias do dia-a-dia, a muita gente que, por vezes, este é o único espaço de contacto com a sua aldeia durante o ano inteiro. Pode ser pouco, repito, mas é o meu humilde contributo para ajudar a não deixar morrer a nossa aldeia. Ninguém me paga para o fazer, nem quero que o façam. É feito por amor a esta aldeia.

De qualquer modo, agradeço-lhe, sinceramente, o "alerta" que aqui deixa. Será tomado em linha de conta.

Com os mais respeitosos cumprimentos,
Helder Robalo

Anónimo disse...

O importante é conviver e estar-mos sempre unidos,para nunca deixar fugir o contacto existente,sendo os cafés o principal local de convivio na nossa aldeia.

(pela nossa aldeia)


Parabéns por este fantástico blog.

Anónimo disse...

Mas fecharam todos os cafés?quais fecharam?Até mesmo o do Domingos?...De facto o fecho destes espaços de convivio só vem prejudicar a nossa aldeia..Mas se todos nos unirmos em prol da sua sobrevivência ainda pudemos ter um réstia de esperança...Podem fechar cafés mas não nos podem tirar o carinho e todos os bons momentos que se passam em aldeia...
Quem gosta mesmo da aldeia continuará a lá ir, agora a nivel d enrequicimento turista as coisas são mais complicadas uma vez que a nossa aldeia deixa de ter o pouco interesse que lh restava...
Agora resta-nos transformar as festas populares e as de convivio em algo notório e inesquecível:)

PMR_1332 disse...

Como o “alerta” foi dirigido à minha pessoa, não poderia deixar de responder.
Em primeiro lugar, quero apenas fazer a seguinte referência a umas frases do livro “Terras de Idanha, Cantares de Penamacor” (Autores: Alice Conceição Reixa, Carla Martins Bastos, et alli), algures entre as páginas 50 e 58 (do mesmo livro), com o subtítulo “arqueologia”. Passo a citar:
“ (…) Foi encontrado também, enquanto se fazia o desbravamento de umas terras no monte das Sesmarias, uma povoação que se julga romana e alguns objectos em barro. Por falta de interesse e descuido, tudo foi destruído e nada resta. ” (caso não saiba situar o monte das Sesmarias, pode consultar um dos vários mapas que temos vindo a postar neste blog).
Como pode constatar (tem informações suficientes para ir procurar a afirmação acima citada) esta afirmação “sem certezas” acabou de ser fundamentada.
Gostaria de frisar também que quando falei em Proença-a-velha foi como comunidade e não como Junta de Freguesia ou associação que lá possa existir.
Em segundo lugar, tenho de assumir que no que toca á questão do Multibanco, não tenho bases para apoiar a minha afirmação, mas como já disse o Hélder, eu falo do que se conta em ASM e quando existe algum erro naquilo que se escreve, só tem de se assumir o erro e tentar corrigi-lo. Mas como o “anónimo das 14:04” sabe assim tanto, talvez nos queira dar um esclarecimento sobre qual foi a razão pela qual o Multibanco não foi colocado em ASM (não necessita de ser por comentários, mas, como também já foi dito, o e-mail deste blog está sempre disponível).
Em terceiro e último lugar, queria apenas que se prestasse alguma atenção á diferença dos modos verbais das palavras “preocupem-se” e “dizer-mos”. O “anónimo das 14:04” exclui-se do primeiro grupo (“preocupem-se”) mas inclui-se no segundo grupo (“dizer-mos”). Não dá que pensar?...
Bom acho que o melhor é ficarmos por aqui… mas acho que depois destas acusações “sem certezas” que o “anónimo das 14:04” fez à minha pessoa, era um acto de dignidade identificar-se talvez esclarecer o assunto do Multibanco.



Atenciosamente,
David Martins

Helder Robalo disse...

Bonitas palavras Maria :)

Bem haja pelas palavras e visita.

Helder Robalo disse...

Caro anónimo das 20:50, sei que o do Ti Manel fechou. Ele próprio mo tinha confirmado no Natal. Os outros não sei como estão. Mas a ordem é para fechar ou fazer obras.
Claro que continuaremos a ir lá e a promover a nossa aldeia. Mesmo sem cafés. E acredito que todos farão um esforço para que as festas populares sejam cada vez melhores.

Um abraço

Helder Robalo disse...

Caro Francisco, tinha ficado esquecido. Não sei se a ASAE se fiscaliza a si própria ou não. Mas que custa ver os cafés da nossa aldeia fecharem, lá isso custa!

Helder Robalo disse...

David, acrescento um dado ao "desleixo" a que algum do nosso património foi sujeito durante muito tempo. Basta ver como está a pedra romana do campanário. Praticamente ilegível. Mas destacamos, pela positiva, o bom trabalho que foi feito na Cascalheira, por exemplo.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caríssimos
Como visitante assídua deste espaço, não poderia deixar de aqui manifestar a minha opinião acerca do assunto "ASAE"
Não colocando em causa as funções dos senhores "agentes", face às fiscalizações que efectuam, eu pergunto:
Será que, e tendo em conta os critérios utilizados ,nas referidas fiscalizações, não estarão todos os arraiais e festas populares existentes pelo país fora, em vias de extinção? Sim , porque se tivermos em linha de conta a forma como na maioria das vezes , os petiscos servidos nos referidos arraiais são confeccionados,bem como os mesmos são manuseados, todas as "festas populares" terão de ter um fim. E onde fica a nossa identidade cultural? As nossas tradições? Os nossos costumes? Não me espantaria que por este andar, alguém se lembre de criar um "Museu" com a simulação de como são e sempre foram as referidas festas, que para além de lugar de divertimento são também a possibilidade de as famílias e os amigos se reverem, o reencontro de centenas, para não dizer milhares , de emigrantes com as suas terras de origem?
Meus amigos, progresso sim, mas com conta peso e medida e acima de tudo BOM SENSO!
Desculpas pelo desabafo.
Um abraço
Soly

Helder Robalo disse...

De facto, Soly, com tudo o que tem vindo a ser feito pela ASAE, com as suas acções nas praias, cafés, restaurantes, etc., etc., é um pouco a nossa própria identidade cultural que está em perigo. Imaginemos o que será, de repente, a meio de uma qualquer festa popular, a ASAE aparecer e mandar encerrar todas as tascas de comes e bebes. Serão prejuízos avultados. Uma questão: quem os irá suportar?
É como diz, é tudo uma questão de bom senso. Porque, se em muitos casos a ASAE actua bem e em pontos onde é necessário actuar, em outros casos é muita da nossa identidade cultural que está em causa e muito do que é a vida das nossas aldeias.
Não precisa de pedir desculpa Soly. O seu desabafo é também muito do nosso desabafo.

Um abraço e bom ano.

Anónimo disse...

Antes de mais um Excelente 2008!
Quanto a este tópico recomendo a leitura de
«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007
Eles estão doidos!
Por António Barreto

Muito bom !

Cumprimentos

Luisa Paulino

Helder Robalo disse...

Um excelente ano Luísa.

Realmente é um interessante texto esse de António Barreto. E já colocado no blogue, naturalmente!
Um abraço

Anónimo disse...

Ola meus caros! É com muito gosto que finalmente visito o vosso blog. Quero desde já felicitar pelo vosso excelente trabalho. Fiz-me homem nessa terra que nunca esquecerei e da qual tenho muito orgulho. Infelizmente a vida levou-me por outros caminhos e já não vivo ai, mas irei ai sempre que tenha oportunidade. É por isso que felicito o criador deste blog e o seu "ajudante" não parem porque quem vive longe e ama a nossa aldeia este blog é uma maneira optima de ir "matando" as saudades. Deixo aqui o meu incentivo para que continuem e façam mais e melhor e a promessa de que no futuro irão ter noticias minhas no blog:) Um grande abraço e já agora um BOM ANO para todos!

Filipe Martins

Helder Robalo disse...

Sempre bem vindo Filipe. E, claro, cá vamos esperando pelas tuas notícias.
Um abraço e um bom ano de 2008.

Anónimo disse...

Melhores condisos para os joves se nao saõ obrigados a irem para as sidades como e normal...

Anónimo disse...

Meus amigos:
Eu não vivo na vossa aldeia, sou naural de Proença a Velha, embora lá não viva. Vivo em Lisboa.
Porém, não posso concordar com o que essa MATILHA da ASAE anda a fazer por todo o país.
Há que pegar o touro pelos cornos, e aqui há que olhar às terras do interior, como a vossa e a minha e haver coragem para repudiar estas medidas a que o GOVERNO SOCIALISTA dá cobertura.
Estas medidas só contribuem para despovoar ainda mais o Interior do país.
Retiram as Escola, os Hospitais, as Maternidades, os Centros de Saúde e, ainda como acham que tudo isto é pouco,até os poucos locais de convívio vão retirando.
É SÓ FARTAR VILANAGEM!!
ABAIXO A ASAE E OS SEUS MENTORES