Púlpito da capela de Santo António
Então, quando alguém disse "mas a capela não existia antes da igreja!", tive a ideia de colocar aqui uma série de perguntas com o objectivo de todos os visitantes deste blogue dêem a sua teoria, para isso basta fazer um simples comentário.
Cá vão as perguntas:
1- Qual a explicação para que esse púlpito tenha gravada uma data tão antiga?
2- Se a capela não foi construída em 1695 (data do púlpito) de onde terá vindo o púlpito?
3- Quais os povos que estariam por cá nesse tempo (séc. XVII)?
Espero que todos possam dar a sua opinião. Obrigado!
7 comentários:
Oh meu caro David, antes de mais, respondendo à terceira questão, sei-te dizer que em 1695 reinava D. Pedro II (faleceu a 09.Dezembro.1706), filho de D. João IV, primeiro rei da Dinastia de Bragança, e de Dona Luísa de Gusmão.
Em termos de ocupação, não estava ninguém de especial, para lá dos portugueses. O reinado de D. Pedro II serviu para consolidar as relações com Inglaterra e Espanha, esta depois de ter abandonado Portugal a 1 de Dezembro de 1640.
Quanto à primeira e segunda questões, não te sei dizer. Avanço a possibilidade de o púlpito pertencer uma antiga capela ou ermida e, depois de destruída, ter sido recuperado e colocado nesta capela.
Mas olha que numa das paredes laterais encontra-se uma placa (http://aldeiadesantamargarida.blogspot.com/2006/12/em-1952-capela-de-santo-antnio-foi-alvo.html) com a data de recuperação da capela: 1952. Já não tenho é tanta certeza sobre se terá a data de construção.
Espero que estas explicações ajudem um pouco. Sendo que as históricas são mais seguras do que as outras, que é mera hipótese.
Um abraço
"Avanço a possibilidade de o púlpito pertencer uma antiga capela ou ermida e, depois de destruída, ter sido recuperado e colocado nesta capela."
Concordo contigo nessa frase, pois quando tive a oportunidade de falar com o Eng. Fernando Patrício Curado falou-me da existência de três "agrupamentos" em redor da nossa aldeia que antes não existia, o das Sesmarias, o da Granja e o do Vale Mescavide. Muito provavelmente algum desses "agrupamentos" teria alguma capela/igreja e certamente esse púlpito veio de lá.
Outra coisa que não entendo muito bem é como é que um "objecto" em pedra, sempre sujeito a erosão, do ano de 1695, pode estar tão bem conservado? Está certo que há 56 anos está dentro da capela, mas antes disso? E os 257 anos antes de 1952? è muito tempo... ;)
A capela de Santo António é o "guardador" das preciosidades, pois até há bem pouco tempo tem lá estado um painel do séc. XII (se não me engano) com um valor incalculável.
Meu caro David, o púlpito mantém-se conservado da mesma forma que o templo de Diana em Évora se manteve durante anos e anos a fio até aos dias de hoje (e foram bem mais de 257 anos): é pedra maciça ;)
Temos os exemplo da placa com gravuras na Fonte da Cascalheira, que não está lá assim há tantos anos e já não se nota nada... trata-se de pedras graníticas cujas estruturas químicas e os minerais que as constituem não oferecem muita "resistência" à meteorização (processo anterior à erosão). Em 313 anos não dá para meteorizar e erodir uma pedra por completo, mas é suficiente para que as "pontas" se tornem mais arredondadas, ..., mas isso não se verifica, pois, como disse, ontem estive lá e uma coisa que nos salta à vista é a preservação dos pormenores, as arestas ainda "perfeitas",..., mas para contrariar esta perfeição toda, temos os números (1695) que não estão alinhados, mas sim um pouco "feitos à pressa".
Depois de tudo isto não custa muito pensar que talvez o púlpito tenha sido restaurado em 1952, o mesmo ano de restauro na capela.
Abraço
Serão pedras diferentes David, com toda a certeza!
Seja granito ou outra, mas 313 anos é suficiente para que a pedra possa sofrer alguma meteorização... ali não se nota nada.
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