terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Crónica Breve (I) - Por Francisco Caetano

CRÓNICA BREVE (I)

Os nomes pouco contam

1. Antes de mais, mea culpa pelos erros da crónica anterior. Ortográficos e de escrita, como é, aliás, perceptível.

O que já não é tão perceptível é ter-se misturado um equídeo com pessoas, ainda por cima quando com todas elas mantivemos, em vida, relação de grande afecto e grande é o respeito com que as recordamos.

A principal razão é que a habilidade para o computador não abunda. O que, sem mais, não desculpa. Antes do envio do texto (que por castigo numeramos de crónica zero) impunha-se que o tivéssemos lido e, depois, não dar passeio à mão pelo delete que, antes do equídeo, comeu um parágrafo e ficou, parte dele, sem sentido.

Grande coice merecia. O delete.

Queríamos nós propor, na parte apagada, falar de um ou outro episódio pitoresco, como o relatado e, já agora, de cuja linguagem menos vernácula, quanto a um dos termos, nos penitenciamos.

Com respeito por todos quanto apreciam um bom cozido e com a devida vénia, ainda do citado equídeo ou da limusine obamiana, somos um nabo informático, uma besta…

*

2. A propósito do Ti Chico Aguardente cremos ter sido o nosso amigo Ti Virgílio (sem o ti soa a oco) que assim o baptizou, tanta a aguardente que suportava tal homem. O arcaboiço, é verdade, também dava para isso!

Mais que ele, amante da dita, só o nosso também amigo José Robalo, o do café, o que na sua mestria pirotécnica nos põe a todos de nariz no ar, quando não “a dar às de vila diogo”…

E, se assim o recordámos, foi com carinho, que, aliás, a sua memória merece.

Tratá-lo por Francisco Robalo pouco diria. Nomes desses há muitos. São como os chapéus, como diria o outro. É ver a lista telefónica. Igual a ele, poucos.

Os nomes têm o conteúdo que socialmente lhes atribuímos. Colam-se-nos à pele e não há nada a fazer. Os do registo são para a burocracia comer.

Todos sabem, por exemplo, quem é o Zé da Cabra ou o Tó Chiba (não, não é a marca do computador). Agora dizer que é o José Simão ou o António Nunes, só os próprios.

E apelidos, assim se dizia, todos, mais ou menos, fomos tendo.

Claro que os tempos de hoje trouxeram outros “apelidos”, menos campesinos, ou já nem isso. Mais números. Do NIF ao BI, que não há tempo a perder.

Voltando ao nosso amigo, homem de cultura superior à média da sua geração, um nadinha vaidoso, a gostar de dar para o lisboeta, impunha a sua ideia com decibéis nem sempre aceites, mas nada que mais um copo não desculpasse.

Felizmente para ele, e para nós, já não o conhecemos novo. Será o garboso jovem cuja foto o seu neto aqui trouxe. Neto que pode orgulhar-se sobremaneira do ascendente que teve!

*

3. Ainda não foi hoje que saiu a 1.ª crónica. “Na verdade, porém”, sem querer, ou a querer, acabámos por homenagear uma pessoa da nossa Aldeia.

Ficamos por aqui que…quanto menos se escreve menos asneiras se dizem.


Abraço a todos e obrigado à Soly.

Janeiro de 2009

F C

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro amigo F.C (permita-me a intimidade)
Não precisa agradecer.O que escrevi foi apenas o que senti quando li as suas palavras.
E hoje, mais uma vez,deliciei-me com a sua escrita que aos meus olhos surgiram como uma bonita aguarela, pincelada num fim de tarde,com uma luz que só a "minha beira" reflecte.
quanto à sua certeza de que os mais velhos não o escutam, eu se fosse a si não teria tanta certeza.... Não que eu seja velha.....mas o certo é que me lembro de ouvir falar dessa história de "pagar o vinho".
Fico a aguardar novas "pinturas", até lá
Um abraço
Soly